Ya está publicado el libro de la V Bienal de Humor de Penela
2016 (Portugal). Contiene en sus 432 páginas una selección de los mejores
trabajos enviados desde 55 países. El tema de la convocatoria era “De la miel
al aguijón” y logró reunir 601 trabajos de 253 participantes aceptados. Desde
2008 esta Muestra Internacional se fue posicionando como una prestigiosa
referencia mundial del humorismo gráfico. Cada edición promueve un tema que
obliga a la observación crítica de la realidad política y social. El Director
Artístico de la Bienal, y también talentoso organizador, Osvaldo Macedo de Sousa, explica en el libro
la elección del tema de la presente edición:
“Toda a gente conhece a alegoria da formiga e da cigarra, mas ninguém
fala da abelha humorista, esse ser que com o pólen das notícias e do quotidiano
faz o mel da nossa existência, mas que com o seu ferrão, quando necessário,
também pica os males da sociedade, os fundamentalismos, as ditaduras. Convidámos
os artistas de todo o mundo a filosofarem sobre o papel do
humorista/cartoonista e, paralelamente, o papel da abelha/mel (e demais
derivados) na nossa sociedade. Não nos podemos esquecer das alergias que se têm
desenvolvido contra o ferrão da sátira/ironia,
o medo da vespa terrorista que mata, persegue e oprime os filósofos da
liberdade e da actualidade que vive um momento importante no jogo das
tolerâncias e intolerâncias. Não nos olvidemos que a integração só resulta
quando o outro também se integra, tolerância exige tolerância, intolerância
cria intolerância. Não nos podemos esquecer que na defesa do direito à
liberdade de pensamento e expressão, do humor foram assassinados, para além dos
mundialmente conhecidos caricaturistas franceses do “Charlie Hebdo”: Charb,
Cabu, Tignous, Honoré e Georges Wolinski, de referir também, nos últimos dez
anos de Prageeth Eknaligoda (Sri Lanka), Akram Raslam (Siria).
Pela prisão têm pasado os
argelinos Ali Dilem e Tahar Djehiche; os iranianos Mana Neyestani, Hadi Heidari
e Atena Farghadani, os sirios Ali Ferzat e Chahim Barzanji, os indianos Harish
Yaday (Mussveer) e Assem Trivedi, o marroquino Walid Bahomane, os turcos Mehmet
Duzenli e Musa Kart; o chinês Jiang Yefei na Tailândia (entretanto desaparecido
aquando da sua deportação para China); o egípcio Magdy El Shafel, o palestiano
Mohamed Sabaaneh; o tailandês Sai-Sakda Sae Lao; o malaio Zunar-Zulkiflee Anwar
Alhaque…
Entre muitos casos pouco
conhecidos ou que saltaram para o conhecimento público, como as perseguições
censoriais ou despedimentos dos equatorianos Bonil e Vilma Vargas; na Venezuela
Rayma Supremi; a proibição de publicar no seu país (Mikhail Zlatkovsky-Rússia);
os que têm de viver sob protecção policial (Lars Vilks- Suécia, Molly Norris-
USA, Kurt Westergaard- Dinamarca)… Não esquecendo o sub-reptício
desaparecimento do humor gráfico na imprensa portuguesa e de muitos outros
países.”